Por One Laudos
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16 de maio de 2024
A Neuralink não está sozinha na pesquisa e no desenvolvimento dos chamados dispositivos de interface cérebro-computador (BCI), popularmente conhecidos como implantes cerebrais. Em abril, a Synchron Inc, cujos investidores incluem os empresários Jeff Bezos e Bill Gates, anunciou que está começando a recrutar pacientes para um ensaio clínico em grande escala. O registro para interessados pode ser feito online no site da Synchron e dezenas de participantes serão selecionados. A Synchron, com sede em Nova York, está mais adiantada no processo de testes do que a Neuralink e, assim como esta, pretende inicialmente ajudar pacientes paralisados a digitar em um computador usando dispositivos que interpretam sinais cerebrais. A companhia recebeu autorização dos Estados Unidos para testes preliminares em julho de 2021 e já implantou seu dispositivo em seis pacientes. Testes anteriores em quatro pacientes na Austrália não mostraram efeitos colaterais adversos graves, segundo a empresa, e permitiram que as pessoas digitassem uma média de 16 caracteres por minuto. Para a nova etapa do estudo, devem ser selecionados pacientes paralisados devido à doença neurodegenerativa ELA (esclerose lateral amiotrófica), AVC e esclerose múltipla, disse Oxley. Três universidades estão envolvidas na coleta e análise dos dados advindos dos implantes que já aconteceram: a Mount Sinai, o departamento de Neurocirurgia da University at Buffalo e o Centro Médico da University of Pittsburgh. A inovação maior da Synchron é que o dispositivo chega ao cérebro através de um procedimento endovascular minimamente invasivo, que o implanta na veia jugular, na superfície do córtex motor, em vez de ser implantado cirurgicamente como o Neuralink. Uma vez implantado, ele detecta e transmite a intenção motora para fora do cérebro, sem fio, permitindo que os pacientes controlem dispositivos pessoais com as mãos livres. O grande desafio deles agora é testar o implante em pacientes com AVC, pois o cérebro pode estar tão gravemente danificado a ponto de não existir sinalização neural suficiente para registrar. “Eles querem expandir o mercado para pessoas que tiveram um acidente vascular cerebral grave o suficiente para causar paralisia porque, se limitado à tetraplegia, o mercado é pequeno demais para ser sustentável”, disse Kip Ludwig, ex-diretor do programa de engenharia neural dos Institutos Nacionais dos Estados Unidos.